Viva, como está?
Hoje venho falar-lhe sobre raiva! A raiva é uma emoção natural, intrínseca à existência humana, que surge pelos mais diversos e variados fatores que têm em comum o seguinte: a frustração quando passamos por determinada contrariedade.
Não é preciso aprofundarmos muito a questão para entendermos esta como uma emoção negativa. De facto, pese embora todos tenhamos a nossa forma particular de gerenciar a raiva este não é um sentimento prazeroso e benéfico, uma vez que nos pode levar a atitudes das quais nos podemos vir a arrepender mais tarde!
Há pessoas que guardam a raiva para si e há outras que simplesmente explodem com agressões verbais ou físicas. Uns prejudicam-se apenas a si mesmos, outros prejudicam os demais e, consequentemente, degradam as suas relações sociais e pessoais.
Porém temos de ressaltar o seguinte: sentimentos de raiva são importantes para entendermos algumas coisas em relação a nós próprios e em relação ao ambiente que nos rodeia. A raiva pode ajudar-nos a abandonar, de uma vez por todas, situações ameaçadoras e que poluem o nosso bem estar e serenidade.
Posto isto e sabendo que esta é uma emoção primária, necessária à nossa evolução, resta-nos ter sabedoria para lidar com estes episódios que nos deixam, pontualmente, inquietos, irritáveis, agressivos ou descontrolados, com pensamentos ruminantes que nos aprisionam numa espiral tóxica.
Como podemos gerir a raiva?
- Reconheça as suas emoções, em consciência.
Supondo que aconteceu um episódio desagradável com um colega de trabalho, em que acabaram por discutir e você, perdendo a paciência, acusou o próximo de forma bastante deselegante, acaba por perceber que há dois ou três dias não para de pensar na mesma coisa. Tem vindo a experienciar sentimentos de vergonha, culpa, injustiça e, secretamente, engendra algumas estratégias de vingança.
Pare e assuma: É Raiva!
- Como é essa raiva?
Ouça-se. Ouça o seu corpo! O que é que a raiva está a fazer consigo? Sente o coração acelerado? Fica inquieto? Sopra e suspira a cada passo? Fica com um nó na garganta? Tem vontade de pontapear alguém? Desde o evento quantas vezes já explodiu no trânsito?
É importante entender como você mesmo reage à raiva. Tente perceber todas as alterações físicas, emocionais e cognitivas que vivencia aquando dos episódios de raiva. Esmiúce cada alteração e acolha o sentimento. Está tudo bem sentir raiva. Não tente contornar esta etapa. Acolha a emoção de forma positiva. Quer queira, quer não, é um sentimento que irá vivenciar algumas vezes ao longo da sua vida.
- Deixe que a raiva se dilua por si mesma
Aceite e respeite o seu tempo. Criar desculpas, fazer queixas aos demais colegas, culpar o colega, dividir opiniões e justificar os seus comportamentos são apenas manobras mentais que irão prolongar este sentimento ao invés de o estancar.
- Depois da raiva passar aproveite a aprendizagem
Ao reconhecer a raiva, entender as demais emoções que ela desencadeia e deixando-a partir sem resistência, você terá aprendido alguma coisa com este episódio: tanto acerca de si, como do seu colega, como em relação ao evento em particular.
Este é o primeiro passo para um novo processo: conhecer-se, assumir as suas culpas, aprender a pedir desculpas e a inverter o rumo dos seus atos. Também pode acontecer de entender que não consegue conviver com determinado tipo de situações e resolva pedir para mudar de departamento, ou procurar outro emprego. E está tudo bem, de uma vez que tenha compreendido quem é você com raiva e até que ponto precisa de repetir as mesmas emoções. Já diz o velho ditado: “o que não nos faz bem não nos faz falta!”
Até breve para mais um artigo do seu interesse!