O excesso de peso é o problema de muitas pessoas nos países desenvolvidos e, tanto “os quilinhos a mais”, como a obesidade tendem a ser cada vez mais comuns. Em muitos casos, o excesso de peso deve-se a dificuldades emocionais. A psicologia, neste tipo de orientação, desempenha um papel importantíssimo, ajudando o paciente a alterar a sua forma de pensar em relação à comida. Por exemplo, em vez de pensar “estou de rastos por hoje ter comido fritos”, poderá dizer para si “Não é grave, amanhã continuo a dieta, ou tolero falhas”. Em terapia, trabalha-se a suspensão de julgamentos, que não levam a lado nenhum e só aumentam a pressão. O paciente vai concentrar-se nas soluções, deixando de ruminar nas preocupações que muitas vezes o paralisam para a acção.
O consumo excessivo de calorias deve-se muitas vezes a um mecanismo que a pessoa encontra para aliviar a sua ansiedade; é uma zona de conforto ou mesmo o seu refúgio que lhe dá satisfação temporária. Em muitas situações, não se sabe dizer “não” à comida demasiado calórica em festas porque pensa-se “o que é que os outros vão pensar se eu rejeitar comida”. A terapia fortalece a pessoa a dizer “não com segurança e fortalece a sua autoestima. Pensamentos disfuncionais como “eu nunca vou emagrecer”, “não tenho força de vontade que chegue” ou “ não consigo rejeitar comida que me oferecem em festas”, vão ser trabalhados – alterando a forma do paciente gerir as referidas situações.
Perder peso pode ser um processo gradual e com dietas rigorosas pode não funcionar a longo-prazo. As dietas restritivas podem originar efeitos indesejados como depressão, ansiedade, compulsão alimentar, entre outras perturbações psicológicas.
Vários estudos são unânimes, considerando que o acompanhamento psicológico melhora o prognóstico do paciente. Na terapia, vai ser realizado o planeamento daquilo que o paciente pode comer, organizar o seu ambiente e perceber quais são as situações de risco, como ir a um casamento de um amigo. O paciente deverá levar consigo pequenos cartões com frases que representem pensamentos incentivadores como por exemplo, “posso ainda não ter emagrecido o esperado, mas se continuar assim vou atingir os meus objectivos.”
Outra estratégia que os pacientes aprendem é a desenvolverem a consciência da comida. Isto quer dizer que vai-se aprender a utilizar os cinco sentidos durante o acto de comer de forma a entrar em sintonia com o acto de comer. Não obstante, o paciente comerá mais devagar e saboreará a comida de outra forma. Assim, muda-se a relação com a comida, deixando de ser uma “válvula de escape” para a ansiedade e para os pensamentos negativos.
Algumas estratégias que o podem ajudar:
– As frases de autoafirmação positivas podem ajudá-lo, como por exemplo “eu consigo resistir”. Encontre os melhores pensamentos positivos para ajudá-lo a motivar-se a perder peso.
– Por vezes, quando começa a atingir os seus objectivos pode cair na tentação de se recompensar. Evite esse tipo de comportamentos. E quando se sentir triste ou ansioso, utilize outros mecanismos de gestão emocional que não a comida com calorias a mais.
– Desligue a televisão, coloque o telemóvel em silêncio e apenas concentre-se nas sensações que a comida o proporciona. Desta forma, irá comer mais devagar e aumentar a saciedade com menos comida.
– Escreva uma lista com as vantagens de manter um regime alimentar sem alimentos pouco saudáveis. Pendure a lista numa zona visível da sua casa para continuar motivado e focado no seu grande objectivo: “perder peso”.