Como já sabemos, nós somos o acumular de experiências e a criança interior faz parte das nossas primeiras vivências, ainda enquanto o nosso cérebro se desenvolvia e, muitas vezes, por motivos delicados da nossa infância, esta criança revela-se no presente, ou seja, nalgumas algumas situações da nossa vida, nós continuamos a ver o mundo através dos olhos desta criança.
No fundo, quando isto acontece, quer dizer que alguma das nossas necessidades não foram colmatadas na infância, por melhor que tenha sido a nossa educação e por mais maravilhosos que tenham sido os nossos pais.
Sabemos que a nossa criança interior ainda está ferida, quando:
Estamos com uma baixa autoestima;
Estamos com uma imagem distorcida sobre nós próprios;
Estamos com um medo invulgar de críticas;
Somos resistentes à mudança, pese embora a experiência nos diga que se repetirmos as mesmas acções só iremos obter os mesmos resultados de experiências anteriores;
Temos receio de ficarmos sós, de não sermos capazes de fazer alguma coisa, de precisarmos sempre do apoio de terceiros;
Temos vergonha de expressar as nossas emoções;
Temos dificuldades em dizer “Não!”;
Nestas situações acima descritas, a nossa mente (a nossa criança interior) está a reagir com base nas experiências do passado.
Como podemos acarinhar e acalmar a nossa criança interior?
Tire uns momentos do seu dia, faça uma viagem para o seu passado, quando era ainda uma pequena criança e observe-a sem a julgar. Aí começará a perceber que muitas emoções do passado são as mesmas do presente, pese embora as situações não pareçam muito semelhantes. As sensações são as mesmas, pese embora o seu lado racional lhe diga: “Estás parvo? Não há necessidade disto tudo.” …
Quando surgirem estas imagens, fale com a sua criança com a mesma doçura que gostaria de ouvir de outros para consigo:
“Sente-te segura ao seres tu mesma!”;
“Não há problema em sentir medo, eu entendo os teus medos e estou aqui para te ajudar!”;
“Nem tu nem eu podemos agradar a todos! Não há problema em que alguns não gostem de nós!”;
“Os nossos pais fizeram o melhor que sabiam, mas também são seres humanos feridos e, sem querer podem-nos ter passado alguns traumas. Precisamos de os perdoar e de perceber que podemos ser mais fortes, mais seguros de nós mesmos”.
“Eu amo-te, minha criança interior”.
No fundo, o que estamos a fazer é mentalizarmo-nos, como adultos que hoje somos, que os medos do passado não fazem mais sentido no presente.
Com o tempo, com a dedicação a este exercício, vai passar a ter resultados positivos no que toca à sua confiança, à sua autoestima e à forma como reage aos estímulos externos, em geral.
A sua criança ficará mais calma e o seu adulto muito mais feliz!
Um abraço aos dois.